30 janeiro 2007

Turismo Rural Açoriano

Para quem quiser conhecer os Açores de uma forma mais ligada ao turismo rural, aqui fica um site com todas as informações de contacto desses espaços, alguma informação geral sobre as características e pontos de interesse das ilhas açorianas, elucidativos da beleza incondicional que os Açores, e muito particularmente a Ilha das Flores, têm para nos oferecer.

O site tem um design lindíssimo, muito bem conseguido e pertence à Associação de Turismo em Espaço Rural.

Aqui fica a referência:

http://www.casasacorianas.com

29 janeiro 2007

Tenho dó das estrelas

Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo...
Tenho dó delas.
Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas,
Como das pernas ou de um braço?

Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir...

Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não morte, mas sim
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão –
Qualquer coisa assim
Como um perdão?


Fernando Pessoa

27 janeiro 2007

Favores em Cadeia

Um professor de Estudos Sociais propôs à sua turma que apresentasse um projecto em que fariam alguma coisa para mudar o "mau" rumo do Mundo
Um dos seus alunos apresentou-lhe a fórmula: Favores em Cadeia em que começaria por fazer três coisas realmente importantes para três pessoas (uma para cada pessoa).

Bonito não é? É a história do filme "Pay it Forward"...

Imaginem apenas. Fazemos um favor a alguém que realmente a ajude e dizemos que não queremos que este seja retribuido a nós, mas sim a três outras pessoas que, em troca fazem o mesmo a outras três - e assim sucessivamente criando uma cadeia crescente de bondade e respeito. Impossível? Esta é uma palavra que não entra no vocabulário do pequeno estudante Trevor McKinney.Haley Joel Osment (O Sexto Sentido) desempenha o papel de Trevor, que desencadeia uma reacção em cadeia de bondade para o seu projecto escolar de estudos sociais nesta história carinhosa e comovente dirigida por Mimi Leder (Impacto Profundo) e baseada na obra de Catherine Ryan Hyde e também protagonizada pelos vencedores de um Oscar da Academia Kevin Spacey e Helen Hunt.

Qual será o impacto que uma ideia tão pura e sincera pode ter?

Faça um favor a si próprio e descubra: veja Favores em Cadeia, o filme é antigo, mas vale muito pela moral em que a sua história se desenvolve.


25 janeiro 2007

Quando te vi percebi

que a loucura se
sente pela solidão
que nos habita.
Toda a loucura é
uma forma de nos entregarmos
ao eu mudo e quedo.
Não sei transportar
a vida. Sei para onde
me leva a loucura.
Sei de esplêndidos
sóis que povoam
os desenhos de criança.
Sei de universos
paralelos e vertigens.
Mas não sei transportar
a vida. Espero que a
loucura me mate
devagarmente.


Cecília Barreira

23 janeiro 2007

Barcelona - Energia Pulsante

Conhecer a cidade de Barcelona foi, a vários níveis, uma experiência única e muito enriquecedora. Encontrei uma cidade viva, alegre, que desperta a alma e nos saúda com um sonante “Hola!”, onde se recebe bem e onde se vive de mente aberta ao mundo.
É por isso mesmo, uma cidade cheia de energia pulsante, a todas as horas.
Mais impressionada fiquei ao conhecer a magnífica e surreal obra de Antoni Gaudí. É um artista único, por tudo o que idealizou, concebeu e criou. Devo confessar que marcou a minha forma de ver o mundo tal qual o conhecia.
Com Gaudí tudo vai além do real, do palpável, entra-se numa espécie de “transe de encantamento” em harmonia com a natureza e todos os seus elementos, no encontro com o belo, o simples e o útil sem nunca descorar as formas, as cores e os ritmos da Natureza Mãe.
É uma obra que só se percebe conhecendo, e acreditem que precisaríamos de muitos anos para a conhecer minimamente! Diz-se que há idosos que visitam diariamente a Sagrada Família… e todos os dias encontram um novo pormenor. Porque para Gaudí o pormenor era TUDO. Nada era deixado ao acaso. De tal forma a sua obra é única e irrepetível que literalmente “pasmamos” a observá-la, a perceber a forma como capta cada raio de luz do exterior, a forma como tudo é suavizado por ondulações (porque com ele as esquinas e os cantos não existem), colorido por azu
lejos de mil cores e ligado ao céu por mil torres para nos despertar os sentidos e a imaginação!
Fascinou-me como nenhum outro artista até hoje. Quem sobe a escada do metro e se depara pela primeira vez com a fachada da Sagrada Família não pode deixar de sentir emoção… ou quando entra no verdadeiro “Conto de Fadas” da Casa Batlló, percebe logo porque Gaudí é simplesmente incomparável.
E depois, qual cereja no topo do bolo, encontra na torre da Casa Batlló uma espécie de nascente que brota de uma esfera metálica, constantemente, com o eterno som da água a borbulhar e a ecoar naquele pequeno espaço, como que para provar que o trabalho de Gaudí está vivo e assim permanecerá na memória e na alma de todos os que tiverem a feliz oportunidade de o conhecer.
Barcelona é única pela dinâmica e paixão do seu povo, mas muito particularmente pelo génio deste verdadeiro Senhor da Arte.

11 janeiro 2007

O Poeta do Amor

(Acho que ninguém poderia descrever o amor de forma mais bela e simples, senão K. Gibran.
Este poema prova-o:)


Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.

Kahlil Gibran


10 janeiro 2007

Alguns desejos para Portugal em 2007

- Que o país se concentrasse na defesa daquilo que é essencial: a língua, a cultura, a educação, o território, o património, a paisagem.
- Que em todos os sectores da vida pública, o talento, o mérito e o trabalho triunfassem
sobre a inveja, a incompetência e a mediocridade.
- Que, sem prejuízo da inovação tecnológica, apostássemos a sério no que é
verdadeiramente nosso: o clima, a segurança, o vinho, a cortiça, o olival, o mar.
- Que desistissem da OTA, em sinal de respeito pelos que pagam impostos.
- Que nenhuma alma penada ou desempregada se lembre de nos propor a organização dos Jogos Olímpicos ou do Mundial de Futebol.
- Que morra o TLEBS.
- Que haja alguém que consiga explicar como é que o peixe é vendido na lota a 1/6 do preço a que chega aos consumidores.


Miguel Sousa Tavares, Jornal Expresso

09 janeiro 2007

Uma palavra te procura

Uma palavra te procura
ao nível desta existência suave
dura
uma palavra não para ostentação mas para seguir na estrada
no seu ágil correr de fogo
para te abrir o dia
para te fazer mais pequeno do que o buraco
para te dar um breve crepitar
de um insecto
a fuga precipitada ou o vagaroso pêlo
o imperceptível movimento
da água na vereda
a existência ínfima
de qualquer animal
ou folha
uma partícula de poeira
ou sulco
um estalido
uma palavra como uma chama um pouco mais clara do que o dia
só levemente mais clara do que a tua mão
e escura ou parda como a estrada


António Ramos Rosa

04 janeiro 2007

Dinheiro sinónimo de Felicidade?

“O dinheiro só traz felicidade até ao momento em que cobre as necessidades básicas. Depois disso, mais dinheiro não altera o nível de satisfação. E um foco exagerado em coisas materiais esvazia a vida de significado.”

Acha isto um absurdo? Então leia o seguinte testemunho:

“Uma das maiores premiadas de sempre do Euromilhões, uma apostadora inglesa, descobriu, numa noite de Sexta-feira, que se tornara dona de uma fortuna de muitos milhões. Com jornais, televisões e rádios no seu encalço, a nova milionária, refém do próprio prémio, foi obrigada a refugiar-se em parte incerta com a sua família. Num relato emocionante, um ano depois de ter sido a totalista de um fabuloso prémio, a euromilionária conta o que mudou na sua vida e fala com saudade do tempo em que tinha que fazer contas ao dinheiro: “Estava longe de supor que o dinheiro dava tantas dores de cabeça. Posso comprar tudo aquilo que quero mas não posso voltar a viver na casa onde fui feliz durante mais de 25 anos, deixar as minhas filhas frequentar a escola onde cresceram ou visitar os meus familiares que ainda moram nesse bairro. (…) Quando depositaram o dinheiro na nossa conta foi fabuloso, sentíamo-nos poderosos e importantes. Compramos uma casa grande, fizemos muitas viagens e as nossas filhas passaram a ter carro e cartão de crédito. No entanto, começamos a sentir que o preço a pagar por se ser rico pode ser demasiado elevado. Abandonamos os nossos empregos, perdemos a maioria dos nossos amigos, deixamos de ter em quem confiar e vivemos sempre com medo que alguém rapte as nossas filhas. Hoje não sei se era mesmo isto que queria da minha vida e, em dias de raiva, costumo dizer que se soubesse o que sei hoje, RASGAVA O BILHETE!
Sinto que não sou eu que estou a viver esta vida.” revela Helen.”

Revista Happy Woman, Dezembro 2006


Por incrível e até chocante que isto possa parecer, não deixa de ser uma grande verdade…
Este artigo captou a minha atenção e achei que o devia partilhar com o mundo.
E vem a propósito, uma vez que estamos no início do ano de 2007 e o sonho de ganhar um prémio no Totoloto ou no Euromilhões alimenta o dia-a-dia de tantos de nós. Da próxima vez que jogar, pense que se calhar o 4.º prémio já seria o suficiente. Pense que o prémio pode pagar-lhe a casa e um carro topo de gama e tudo mais que possa imaginar possuir. Mas nada mais do que isso.
Exactamente porque o que realmente precisamos, nenhum prémio, por maior que seja a sua quantia, pode comprar: A felicidade dos pequenos gestos e das pequenas coisas. Quando o dinheiro é muito, é difícil pensar-se “pequeno” e assim, perdemos a verdadeira noção das coisas.
Pode parecer patético, poético até, mas a verdadeira e genuína felicidade reside dentro de nós, na nossa força de espírito, nas pessoas que nos amam, não no dinheiro que temos ou no número de cartões de crédito que nos enchem a carteira. Isso é “a casca da noz, não o miolo”.
Feitas as contas, para que precisamos de milhões???


03 janeiro 2007

A Chave da Luz


“Deve procurar a beleza, a verdade e a coragem. Uma sozinha não se aguentará. Duas sem a terceira ficarão incompletas. Procure no interior e descubra que ainda há mais a saber. Procure o que o escuro encobre mais frequentemente. Procure no exterior, onde a luz vence as sombras, como o amor vence a mágoa. Vertem-se lágrimas prateadas pela canção que ela aí cria, pois a canção vem das almas. Olhe adiante e, no meio, veja onde a beleza floresce e a deusa canta. Poderá haver medo, poderá haver dor, mas o coração verdadeiro a ambos vence. Quando encontrar o que procura, o amor quebrará o feitiço, e o coração irá forjar a chave, trazendo-a à luz.”


Em “A Chave da Luz”, de Nora Roberts