30 março 2007

"To meet everything and everyone through stillness instead
of mental noise is the greatest gift you can offer to the Universe.”

Eckhart Tolle




25 março 2007

Pedras de Basalto


Pedras
Pedras que lançamos
Que atiramos
Que recolhemos
Que guardamos
Pedras com as quais se construiu o passado
Se destrói o presente
Se planeia o futuro
Pedras de muitas formas e muitas cores
Pedras que dividem o mundo e a realidade
Entre o vazio e o cheio
Entre o lado de cá e o lado de lá


Entre o que está por cima e o que está por baixo
Entre o novo e o velho
Entre o conhecido e o desconhecido

Decerto encontramos muitas pedras no nosso caminho
Podemos ignorá-las e seguir em frente
Ou podemos pegar-lhes, uma a uma
E construir uma casa
Simples, feita de sonhos na escuridão do basalto
Um abrigo que só a nós pertence
Porque foi assente com as pedras do nosso caminho

22 março 2007

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Fernando Pessoa

21 março 2007

Slow Down Now!

"I find lying in bed is the most efficient place for some early-morning thinking. There is evidence to back this up. Scientists tell us that we achieve beneficial mental states between sleep and wakefulness. Sleeping longer can even make you more intelligent. In William Demnet’s book, The Promise of Sleep, he cites a study on students at Harvard. They were encouraged to sleep an extra hour-and-a-half. At first, they objected because of their busy course schedules. But they went along with the program. The result: grades went up. The bad news is that sleep debt lowers IQ points. I wish I had known that when I was at school. I would have stayed in bed even longer."




19 março 2007

Cute You Tube

16 março 2007

Aguarela

Sob um céu ameno
Pintalgado com os tons do pôr-do-sol
Que se esbatem na noite que se aproxima
Quente e inspiradora,
juntos vemos o mar
Calmo
Tranquilo
Silencioso
Que se encosta à rocha suavemente
numa carícia molhada de maresia.
E a rocha que fica embriagada
rende-se, seduzida.

Pequenas nuvens e estrelas

vão espreitando a noite que chega,
espelhando-se nas águas,
numa aguarela pintada por Deus.
O único Deus que conheci.

Nós
As estrelas
E o mar

O reflexo de Vénus
E a luz de um farol a passar.



(Flores, Verão de 2002)




05 março 2007

Auto-Retrato... A Preto e Branco


01 março 2007

Que voz seria?



para Sophia, in memoriam

Meia-noite! Navegamos para sul. Digo meia-noite
sem escutar no relógio. Só o tecto da noite, no qual
o meu olhar quanto descobre a esta hora me remete.
Precisa ou imprecisa é uma fronteira.

Digo: Meia-noite! E poderia ser, ou será, a hora
inaugural do dia, canto primeiro do começo.
Na camarinha esqueço a vigia. Não importa mais
que hora será agora. Só o nome

do oceano que atravessamos. Isso me basta.

Todo o navio dorme. Assim me parece. O silêncio
desceu repentinamente. Ou será que, encerrado
em mim mesmo, dele pareço ausente?

É o exacto silêncio da meia-noite. Causa medo,
mais que o mar, ou os lugares desertos do navio,
como a ré, onde se escutam vozes na escuridão.
Assumem contornos de esfinge. Que vozes serão?

Repito: Meia-noite! Já não sei se é para sul
que segue o meu navio. Porque não uma ilha
onde, obstinadamente, os gestos das árvores,
ou a voz interior viessem lembrar
- Estou de passagem!



(Inédito. Praia da Agudela, 3 de Julho de 2004)


Este é um poema de Ivo Machado, um poeta açoriano que se fixou no Porto e que por coincidências da vida tive o previlégio de conhecer.

Tem uma obra magnífica em vários livros publicados, provando que o ser ilhéu oferece uma profundidade de escrita e de pensamento, que só mesmo os açorianos poderão alcançar ou até perceber...