23 junho 2006

Fotógrafo Nuno Lobito



Tive a oportunidade de conhecer um pouco do artista no programa de ontem da “Revolta dos Pastéis de Nata”, sobre o tema viagens.
De facto, este fotógrafo fez tudo menos viagens de “resort”. Dois anos numa piroga a percorrer o fantástico rio do Amazonas, é nesta viagem que ele contacta com uma grande parte das tribos ainda existentes na Amazónia, e que ele classifica como a viagem de uma vida. Um artista que arrisca o seu conforto e muitas vezes a sua própria vida é de facto um artista admirável.
Cá estão os seus relatos, disponíveis também no site:
O início
"A Fotografia foi um dos meus sonhos que, felizmente, se tornaram realidade. Frequentei a A.R.C.O., e já como profissional trabalhei no D. N., mas sentia-me insatisfeito. Considerava pouco aliciante fotografar políticos, empresários e outros estilos de figuras públicas às quais, na maior parte das vezes, nada me ligava do ponto de vista afectivo. Depois passei pela publicidade, tive boas experiências humanas, capitalizei experiência profissional, mas a impressão que me resta desses tempos é, mais uma vez, a de algum desajuste entre os meus ideais e o das ideias que têm de nortear os profissionais naquela área. Ainda necessitava de descobrir aquilo que realmente me interessava e que se ajustaria ao meu perfil.Parti então à descoberta do mundo.Passei a década de noventa viajando por, aproximadamente, uma centena de países, realizando reportagens fotográficas e enriquecendo-me de experiências humanas inolvidáveis. Voltava a Portugal, sempre que podia, para publicar trabalhos, matar saudades e ministrar cursos de Fotografia.Entre as muitas experiências que me marcaram, as mais significativas foram: viver no seio das tribos, fotografar em pleno teatro de guerra, visitar sua Santidade o Dalai Lama, dormir no interior da floresta amazónica, saborear a magia de Machu Pichu e sentir a Paz no Laos. Na verdade, de todos os lugares que já visitei, aqueles que mais me impressionaram foram o Tibete, o Laos, o Vanuatu, a Índia e a Amazónia.A floresta amazónica talvez tenha sido o paraíso mais interessante que visitei até hoje. Dessa rica experiência resultou este livro de fotografias; e não só, pois relato por escrito e em síntese, no final, a minha odisseia nos confins da Amazónia."

Amazónia oculta
“Estava em Madagáscar quando num momento de intensas febres provocadas por uma malária falsipaga, tive uma visualização. Num estado de transe vi e senti toda a concretização deste projecto, desde a preparação à minha viagem aos confins da Floresta Mágica. Existe uma energia cósmica que, quando estamos abertos a ela, pode surgir a todo o momento a comunicação com o Divino. Este caso é disso um exemplo.Quando fiquei curado e apesar de estar a desenvolver um projecto apaixonante em Madagáscar, vendi tudo e vim para Portugal preparar A Viagem. Estive cá uns dias para comprar bilhetes, vender algumas foto-reportagens, estar um pouco com a família... e fui ao encontro da 'visualização'.Aterrei em Fortaleza, no Brasil. Fui inspirar-me numa casa alugada por um mês ao Sr. Tirinha, em Jericoacoara, um simples paraíso perdido no nordeste brasileiro. Lá, rememorizei a 'visualização' e passei à prática, ou seja, idealizei e planifiquei todo o projecto d'A Viagem. Tudo tem de acontecer primeiro na mente para depois se realizar no mundo factual.Dei início à Aventura....Com a minha companheira de viagem, Tatiana (Tatchy), parti em direcção ao estado de Roraima, zona fronteiriça entre a Venezuela e o Brasil. Por incompatilidade de personalidades, tivemos de nos separar. Fiquei desolado... e das próprias cavernas do desespero consegui forças para continuar... só, mas com a minha convicção. (…)"

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

.Na pausa do estudo para os exames....:) fui lendo "sons do silêncio" de Nuno Lobito, acabei hoje e coincide com o meu ultimo exame!!! Yupi!! Adorei o livro, fez-me sentir como se tivesse estado um pouco naqueles lugares e com muita vontade também de os conhecer, o que seria uma grande aventura!

Para mim a mensagem transmitida não foi somente dar a conhecer novos mundos mas também experiências de vida, encontros, auto-conhecimento e sobretudo o que queremos e o que não queremos, vivenciado por Nuno Lobito mas que no fundo é o que todos nós procuramos e tentamos alcançar - "Não se deixem ficar prisioneiros, abram a mente e viagem. Procurem ter mundo" de Nuno Lobito

quinta-feira, 21 julho, 2011  

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