O único sentido
“eu que nunca te falei da falta de sentido,
porque o único sentido, digo-te agora, é a beleza mesmo,
a tua, a proibida, entrar por mim adentro
e fazer uma grande luz agreste, de corpo e encontro, de ver a Deus se
houvesse, luz terrestre, em mim, bicho vil e vicioso
porque estremeço à maravilha da volta com que tiras o vestido por
cima da cabeça,
coluna de fogo,
pela minha morte acima”
Herberto Helder, in "A Faca não corta o Fogo"
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