Quanto de ti

Quanto sentir-te e me sentires não foisenão o encontro eterno que nenhuma imagemjamais separaráQuanto de separados viveremos noutrosesse momento que nos mata paraquem não nos seja e só -Quanto de solidão é este estar-se em tudocomo na ausência indestrutível quenos faz ser um no outro -Quanto de ser-se ou se não ser o outroé para sempre a única certezaque nos confina em vida -Quanto de vida consumimos purano horror e na miséria de, possuindo, sermosa terra que outros pisam -Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti,recebo gratamente como se recebenão a morte ou a vida, mas a descobertade nada haver onde um de nós não esteja. Jorge de Sena, in Visão PerpétuaEtiquetas: Poesia
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