26 junho 2006

Lagoa em Tela Escurecida


Um dia curioso aquele.. nuvens de espuma misteriosas, tons dourados de fim de tarde já escurecidos.
E tudo se proporcionou para ver esta Lagoa como se fosse pela primeira vez.
A Natureza renasce a cada amanhecer, a cada pôr-do-sol, a cada noite de lua cheia... porque nenhum desses momentos são iguais, assim nós também podemos renascer para a vida.

Evitar o Sofrimento


"Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas pulsões naturais é o que faz de nós seres tão refinados. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer."

Sigmund Freud, in 'As Palavras de Freud'

23 junho 2006

Fotógrafo Nuno Lobito



Tive a oportunidade de conhecer um pouco do artista no programa de ontem da “Revolta dos Pastéis de Nata”, sobre o tema viagens.
De facto, este fotógrafo fez tudo menos viagens de “resort”. Dois anos numa piroga a percorrer o fantástico rio do Amazonas, é nesta viagem que ele contacta com uma grande parte das tribos ainda existentes na Amazónia, e que ele classifica como a viagem de uma vida. Um artista que arrisca o seu conforto e muitas vezes a sua própria vida é de facto um artista admirável.
Cá estão os seus relatos, disponíveis também no site:
O início
"A Fotografia foi um dos meus sonhos que, felizmente, se tornaram realidade. Frequentei a A.R.C.O., e já como profissional trabalhei no D. N., mas sentia-me insatisfeito. Considerava pouco aliciante fotografar políticos, empresários e outros estilos de figuras públicas às quais, na maior parte das vezes, nada me ligava do ponto de vista afectivo. Depois passei pela publicidade, tive boas experiências humanas, capitalizei experiência profissional, mas a impressão que me resta desses tempos é, mais uma vez, a de algum desajuste entre os meus ideais e o das ideias que têm de nortear os profissionais naquela área. Ainda necessitava de descobrir aquilo que realmente me interessava e que se ajustaria ao meu perfil.Parti então à descoberta do mundo.Passei a década de noventa viajando por, aproximadamente, uma centena de países, realizando reportagens fotográficas e enriquecendo-me de experiências humanas inolvidáveis. Voltava a Portugal, sempre que podia, para publicar trabalhos, matar saudades e ministrar cursos de Fotografia.Entre as muitas experiências que me marcaram, as mais significativas foram: viver no seio das tribos, fotografar em pleno teatro de guerra, visitar sua Santidade o Dalai Lama, dormir no interior da floresta amazónica, saborear a magia de Machu Pichu e sentir a Paz no Laos. Na verdade, de todos os lugares que já visitei, aqueles que mais me impressionaram foram o Tibete, o Laos, o Vanuatu, a Índia e a Amazónia.A floresta amazónica talvez tenha sido o paraíso mais interessante que visitei até hoje. Dessa rica experiência resultou este livro de fotografias; e não só, pois relato por escrito e em síntese, no final, a minha odisseia nos confins da Amazónia."

Amazónia oculta
“Estava em Madagáscar quando num momento de intensas febres provocadas por uma malária falsipaga, tive uma visualização. Num estado de transe vi e senti toda a concretização deste projecto, desde a preparação à minha viagem aos confins da Floresta Mágica. Existe uma energia cósmica que, quando estamos abertos a ela, pode surgir a todo o momento a comunicação com o Divino. Este caso é disso um exemplo.Quando fiquei curado e apesar de estar a desenvolver um projecto apaixonante em Madagáscar, vendi tudo e vim para Portugal preparar A Viagem. Estive cá uns dias para comprar bilhetes, vender algumas foto-reportagens, estar um pouco com a família... e fui ao encontro da 'visualização'.Aterrei em Fortaleza, no Brasil. Fui inspirar-me numa casa alugada por um mês ao Sr. Tirinha, em Jericoacoara, um simples paraíso perdido no nordeste brasileiro. Lá, rememorizei a 'visualização' e passei à prática, ou seja, idealizei e planifiquei todo o projecto d'A Viagem. Tudo tem de acontecer primeiro na mente para depois se realizar no mundo factual.Dei início à Aventura....Com a minha companheira de viagem, Tatiana (Tatchy), parti em direcção ao estado de Roraima, zona fronteiriça entre a Venezuela e o Brasil. Por incompatilidade de personalidades, tivemos de nos separar. Fiquei desolado... e das próprias cavernas do desespero consegui forças para continuar... só, mas com a minha convicção. (…)"

21 junho 2006

Natália... Mais uma vez

De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Natália Correia

Glória

A maior glória não é ficar de pé, mas levantar-se cada vez que se cai.

Confúcio

19 junho 2006

A arte e a vida


“Certa vez perguntaram ao escultor Miguel Ângelo como fazia para criar obras tão magníficas.
“É muito simples”, respondeu Miguel Ângelo. “Quando olho um bloco de mármore, vejo a escultura dentro. Tudo o que tenho de fazer é retirar as aparas.”

No fundo, a vida é a arte de ver além das aparências. A obra de arte de nossa existência está, muitas vezes, coberta por anos de medos, culpas, indecisões.
Mas se nós decidirmos tirar estas aparas, se não duvidarmos das nossas capacidades, seremos capazes de levar adiante a missão que nos foi destinada.”

Paulo Coelho

16 junho 2006

Natália Correia

O Livro dos Amantes - I

Glorifiquei-te no eterno.
Eterno dentro de mim
fora de mim perecível.
Para que desses um sentido
a uma sede indefinível.

Para que desses um nome
à exactidão do instante
do fruto que cai na terra
sempre perpendicular
à humidade onde fica.

E o que acontece durante
na rapidez da descida
é a explicação da vida.


(Já pesquisei alguma poesia mas nunca a poesia de Natália Correia - erro tremendo!
Natália, o ilhéu feminino dos Açores, mulher que nunca perdeu as suas origens e nelas se fundiu, encantando pela profundidade da sua escrita, pela ousadia do seu tempo, pela coragem de ser mulher, uma mulher com letra maiúscula! GRANDE NATÁLIA!)

Girassóis e Violetas


Ser grande não significa necessariamente ser melhor.
Os girassóis não são melhores que as violetas.

14 junho 2006

Código em filme


Após várias semanas, finalmente a oportunidade de assistir ao tão comentado e aguardado filme "O Código da Vinci".
Depois de espectativas criadas, depois de ler e ouvir as mais variadas críticas, chego à conclusão de que este filme é no geral "maçador". Falta-lhe chama, suspense, falta-lhe alma!
Excluíndo a figura de Silas, brilhantemente interpretada por Paul Bettany, que nos trás um personagem genuinamente sombrio e aterrador, acho que posso generalizar e dizer que todos os outros pecaram por serem demasiado "pobres" e "previsíveis" nas suas actuações.
Ficamos com a ideia de que os actores colam-se mal às personagens do livro, levando letra à letra, gesto por gesto, mas dando pouco de si mesmos à interpretação. Tom Hanks parecia meio moribundo, Audrey Tautou com falta de qualquer coisa e Ian McKellen, talvez melhor no todo, mas bem longe da sua última participação em "O Senhor dos Anéis".
Concluíndo:
O livro é sem dúvida interessante, e o filme podia ter sido tão ou mais interessante que o livro, mas em vez disso deixou muito a desejar, talvez fruto de uma excessiva e apressada jogada de marketing.

13 junho 2006

Scents, Colours & Company II



PINK, PINK, PINK!!

12 junho 2006

Scents, Colours & Company I




Um passeio ao final da tarde e deparo-me com estes pequenos cenários. Ambiente quase intocado, por onde só passa um caminho e os condutores mais aventureiros... Novas perspectivas de paisagens, verdes e azuis dos mais variados tons misturados por todo o lado. Valeu mesmo a pena! Assim é esta ilha: sempre trazendo-nos novas surpresas... e eu? Sorriu uma vez mais por perceber que é este o lugar onde preciso de estar...

09 junho 2006

Yann Arthus Bertrand




Um fotógrafo absolutamente fenomenal!
Percorreu inúmeros países e de todos eles trouxe imagens profundas e muito originais.

A terra vista do céu de forma brilhante!
Aqui fica uma pequena amostra de fotos de Itália para captar e admirar...

Mudam-se os tempos...

Um homem e uma mulher que viviam em lugares opostos do mundo celebraram no início deste ano o primeiro casamento on-line, sem nunca se terem conhecido pessoalmente.
Rita Sri Mutiara Dewi vivia em Bandung, na Indonésia, e Wiriadi Sutrisno residia na Califórnia e conheceram-se casualmente através da Internet.
Apaixonaram-se também on-line e acabaram por celebrar aquele que foi o primeiro matrimónio totalmente realizado on-line.
Para o efeito, utilizaram uma webcam e uma ligação telefónica através dos quais trocaram os votos de matrimónio. A cerimónia foi celebrada segundo os preceitos da religião islâmica que não exige a presença física de ambos os noivos para consumar o acto e reconhecer-lhe validade.
Pois é... o amor sem fronteiras... LITERALMENTE.
A questão que se coloca é: o que virá a seguir?

08 junho 2006

Caminho

"Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram."

Alexandre Graham Bell

07 junho 2006

Traços de Rosto


Suaves os contornos
do teu rosto
A essência de um olhar
Único e universal

Branco puro
Suave adormecer
Qual Bela Adormecida
Perdida de tudo
Inventada do nada

Percorro uma vez mais
os contornos do teu rosto
Nesse momento em que se prende
o eco da eternidade

06 junho 2006

"Aqui está-se sossegado"


Aqui tudo é paz e mar.
Que longe a vista se perde
Na solidão a tornar
Em sombra o azul que é verde!
Aqui tudo é paz e mar.
(...)

Fernando Pessoa - poesias inéditas

House


O nome nada tem a ver com casas, nem com decoração de interiores do género "Extreme Makeover"...
É uma série hilariante, de um médico que por princípio não fala com os seus pacientes, mas arranja a cura para as doenças mais incríveis.
É mais uma série da Fox a não perder, primeiro porque não tem NADA a ver com o já visto e revisto "Serviço de Urgências", e segundo porque nos traz o mundo dos hospitais e dos serviços de saúde na pessoa de um médico que foge a todas as regras, e que talvez por isso mesmo, é o médico que todos gostariam de ter, porque faz só e apenas aquilo que tem de ser feito: curar doenças.

01 junho 2006

Necessidade de receber

“Tenho conhecido muitas pessoas que se preocupam com os outros, que
são extremamente generosas na hora de dar, e que encontram um profundo prazer quando alguém lhes pede um conselho ou apoio. Até aí tudo bem – é óptimo poder fazer o bem ao nosso próximo.
Entretanto, tenho conhecido muito poucas pessoas que são capazes de receber algo – mesmo quando lhes é dado com amor e generosidade. Parece que o acto de receber faz com que se sintam numa posição inferior, como se depender de alguém fosse algo indigno. Pensam: “se alguém está nos dando algo, é porque somos incompetentes para consegui-lo com o próprio esforço”. Ou então: “ a pessoa que me dá agora, um dia irá cobrar com juros.” Ou ainda, o que é pior: “eu não mereço o bem que me querem fazer.”

Por que agimos assim? Porque nos custa entender que este universo é feito de dois movimentos? O primeiro é a expansão, rigor, disciplina, conquista; o segundo é a concentração, meditação, entrega. Basta olhar o nosso coração para compreender que são estas duas energias que o fazem bater, contrair-se e expandir-se no mesmo ritmo. As muitas estrelas do céu estão emitindo luz, mas ao mesmo tempo estão sugando tudo à sua volta, naquilo que é conhecido pelos físicos como força de gravidade. Assim, os actos de dar e de receber, embora sejam aparentemente opostos, fazem parte do mesmo e contínuo movimento.
Não é melhor quem dá com generosidade, nem é pior quem recebe com alegria.
O amor é, justamente, fruto destas duas coisas.”

Paulo Coelho