31 outubro 2006

Triste Amanhecer

Suave, triste amanhecer
Que me colam os olhos ao passado
Como ligeira brisa
Que me desperta os sentidos
E mostra o que já não se vê
Revelas-te então um vez mais
Como ligeira brisa que passa
Neste suave e triste amanhecer

À memória daqueles que não se esquecem...

Scents, Colours & Company VIII


30 outubro 2006

Ontem não te vi em Babilónia

E já que transcrevi António Lobo Antunes, aproveito a oportunidade para falar do seu mais recente livro.
Um livro que promete...
Senão, vejam a sinopse:
"Uma noite ninguém dorme, e durante a meia-noite e as cinco da manhã, as pessoas sonham acordadas no sono: contam e inventam as suas vidas e as suas histórias, ou as histórias em que transformam as suas vidas, ou as vidas que transformam em histórias. Podem ser vidas cruéis, de medo, de uma cicatriz interior, de algo que talvez fosse o Estado português de outros tempos. Podem ser vidas de amores passados, de lápides varridas, de um desejo de uma vida inteira, de se poder ser feliz sem pensar. Nestas histórias, nestes silêncios destas falas, nos risos e nas traições, vamos identificando a noite de um país, a noite cheia de vozes, e a noite silenciosa que é o isolamento de cada um. Como diz o autor, «porque aquilo que escrevo pode ler-se no escuro»."

27 outubro 2006

Liberdade

"A liberdade é viver livre numa prisão que nós próprios criamos."

António Lobo Antunes

26 outubro 2006

Pablo Neruda

"Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero."

24 outubro 2006

Acordar...


Acordar é perceber quem somos
E para onde vamos
É abrir a alma ao mundo
É despertar alegremente para a vida
Depois de mais uma noite de sonho
Efémero desejo…

Ou será que nunca acordamos?

23 outubro 2006

Scents, Colours & Company VII

Foto by Essenthia

20 outubro 2006

Grandes Portugueses

Bem, quando surgiu a apresentação deste recente programa da RTP, a primeira coisa que pensei foi (como provavelmente muitos de nós): quem será O GRANDE PORTUGUÊS de PORTUGAL?

Logo à partida surgiram-me quase instantaneamente dois nomes:

- Luís Vaz de Camões
- Fernando Pessoa

Primeiro porque acho que nenhum português ainda entre nós poderá ter a pretensão e o título de ser O melhor, pois na vida tudo é efémero, até a “perfeição”. E quem é "perfeito" hoje, pode muito bem já não o ser amanhã. É claro que muitos já têm um vasto caminho percorrido em prol de Portugal e dos portugueses, mas penso que é preferível atribuir tal categoria a título póstumo: porque já não têm nada a provar a ninguém, porque o seu caminho terminou e por isso mesmo devem ser homenageados por isso: pelo caminho que trilharam, e acima de tudo, PELO QUE NOS DEIXARAM.
Então aí excluo logo à partida políticos, reinados e afins. Porque admiro muito mais as pessoas anónimas, que vieram do nada, e que, fruto do seu talento e de um espírito únicos, conseguiram marcar a história do seu país.
Certamente muitos deles foram decisivos em etapas importantes na fundação e crescimento do nosso país, mas penso que só isso não será o suficiente...
Mais importante será aquele que se perpetua no tempo, que deixa uma obra para admirar nos quatro cantos do mundo, o português que todos conhecem, que todos evocam, identificam e admiram.

Então, por isso tudo, não poderia deixar de votar em FERNANDO PESSOA.

Pela sua origem: incógnita, não teve títulos nem cargos.
Pela sua originalidade, pelo uso subtil e exímio das palavras, que até hoje toca qualquer um que o leia.
Por ter escrito sobre tudo, literalmente, pois vivia a escrever, e tinha uma percepção única do mundo à sua volta e da importância de olharmos para nós mesmos e observarmos a imensidão da nossa alma.
Também nos apresenta o seu lado sorumbático, triste e deprimido, mas não será isso também representativo de nós mesmos?
E assim se espalhou a sua obra, por todo o mundo, sendo na actualidade um dos poetas mais estudados, e considerado um dos melhores do Século XX.

Em conclusão:
Um poeta genial, universal, sem dúvida alguma um GRANDE PORTUGUÊS.

E como não podia deixar de ser, aqui fica um excerto de Pessoa:
“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus”

19 outubro 2006

M. Night Shyamalan


M. Night Shyamalan é um produtor

que merece destaque, talvez pelas suas origens

indianas, mas sobretudo por se afastar dos filmes

marcadamente produzidos para as bilheteiras.

Produziu filmes como “The Sixth Sense”, “Signs”,

“The Village” e mais recentemente,

“Lady in the Water”, apresentando-nos sempre,

de forma original e muito envolvente o mundo

da fantasia, do impossível e do mítico.


E consegue isto tudo de uma forma tão simples

que nos coloca perante verdadeiras obras-primas.

Penso que um bom filme não é aquele que nos cola

ao sofá, quando franzimos a cara a cada

cena de violência, já mais que estudada

e ensaiada em tantos filmes, mas sim

aquele que pura e simplesmente nos

faz sonhar acordados,

nos traz um pouco de fantasia

a este mundo tantas vezes despido dela…



E tudo isto sem tocar uma única vez o vulgar

ou o conhecido.

Para Night Shyamalan tudo é uma descoberta.

É por esse motivo que os filmes de M. Night

Shyamalan estarão sempre na lista dos meus favoritos.

18 outubro 2006

Scents, Colours & Company VI

Foto by Essenthia

Paisagem Outonal com um pequeno raio de sol numa ribeira (entre tantas) da Ilha das Flores


17 outubro 2006

O Sonho


Já nos dizia António Gedeão que "o sonho é uma constante da vida".
Uma possibilidade de libertação para tantos adormecida.
Então…
Deixa que o sonho te possua por um instante,
Deixa que ele te leve ao infinito, para além do horizonte.
O sonho não será a tua vida, mas a tua vida poderá ser um sonho.
Um sonho sem cálculo, medida ou extremo,
Que vive no mais profundo do teu ser.
Por isso não há dois sonhos iguais.
Porque o sonho é um pouco de nós mesmos.
Porque o sonho é aquilo que nos distingue.

12 outubro 2006

Há provavelmente mais crianças felizes em Israel do que na Suécia.
É a segurança que as familias transmitem às crianças que lhes dão as condições para serem felizes.
Não é só se o país está em guerra ou não.

Ilan Kutz, psiquiatra a trabalhar em Telavive

10 outubro 2006

Pormenores - Estação de S. Bento - Porto

Foto by Essenthia



Foto by Essenthia


Edificada no princípio deste século no preciso local onde existiu o Convento de S. Bento de Avé-Maria, daí o nome com que a estação foi baptizada. O átrio está revestido com vinte mil azulejos historiados, do pintor Jorge Colaço.
É um dos mais notáveis empreendimentos artísticos que marcou o início do século.

09 outubro 2006

Nada é como era

Não quero parecer saudosista, até porque nem tenho idade para tanto, mas a verdade inquestionável dos nossos dias é que tudo mudou... e nem sempre para melhor.
Vivemos num mundo cada vez mais global, mas por outro lado, cada vez mais individualista e hipócrita.
Li esta crónica e fiquei "chocada" ao perceber os extremos em que esta sociedade de hoje se coloca, aos olhos de uma senhora reformada, a quem a vida já não lhe promete muito.
Então aqui fica:
“A MULHER sentou-se ao meu lado e disse, você deve estar habituada a que se dirijam a si porque aparece na televisão mas eu não a quero incomodar só queria que me desse cinco minutos e me ouvisse porque eu faço parte daquelas pessoas que não têm voz e como você escreve no jornal e tem um programa pode talvez interessar-se por alguém que nunca pode dizer o que pensa, eu só tenho a opinião dentro da minha cabeça. Você uma vez escreveu sobre as pessoas invisíveis e eu faço parte das pessoas invisíveis. E eu não digo anónimas, Anónimas são aqueles que existem e não são conhecidas, invisíveis são as que existem e ninguém quer saber. (…)
Dantes as pessoas nasciam e morriam em lugares conhecidos, e ninguém lhes prolongava a vida. As coisas duravam, estavam seguras, eram para a vida até à morte. Tudo naquele tempo era vitalício, as promessas eram para manter, não nos mentiam tanto, e podia-se contar com as pessoas. Vivíamos sem televisão e não nos fazia grande falta. Havia talvez mais medo do que há hoje, mas havia menos solidão, muito menos solidão. Hoje há outro medo, o medo das incertezas. No meu bairro toda a gente se conhecia, o merceeiro que vendia fiado, a capelista, o sapateiro, a padeira, não eram as lojas eram as pessoas e toda a gente sabia o nome de toda a gente e as pessoas ficavam no seu lugar até morrerem. Havia uma continuação. Não me estou a queixar, não era de esperar que tudo continuasse sempre assim. Estou um bocado cansada deste mundo onde ainda por aqui ando, onde tudo muda todo o tempo e ninguém consegue perceber o que se passa. (…)
Eu não me quero meter com a democracia, mas já reparou que em menos de 50 ano, e eu não tenho muito mais de 50 anos, todo o meu mundo desapareceu? Nada é seguro. Sabe qual é o meu medo agora? Dantes era cair no chão e partir um osso e ficar numa cama sem ninguém para cuidar de mim, agora é o medo de que me tirem o que tenho, a minha rotina, as minhas certezas. Num dia vem um ministro e diz que acabaram as reformas, no outro dias vem outro e diz que temos de pagar as consultas no centro de saúde e no hospital, no outro dia vem outro e que eu devo mais impostos e mais taxas e a minha pensão pode acabar. Vive-se mais tempo mas uma grande desse tempo é passada nos médicos e o dinheiro todo vai para a farmácia, portanto não sei se é uma vantagem viver mais tempo, dantes morria-se como deve ser, hoje é só hospitais e uma pessoa é maltratada nos hospitais. (…)
As máquinas deram cabo das pessoas, carros por todo o lado, e eu que nunca tive carro sinto-me assustada quando saio à rua. Com a minha bengala, nunca se sabe se eles vão parar. O que lhe digo, já que falou das pessoas invisíveis, é que os velhos neste país são invisíveis. Estão À espera que morram. Vivo num país de velhos, mas ninguém quer os velhos para nada. Não há respeito. Somos as vítimas da mania do futuro e dos jovens. E sabe uma coisa?
Todos acabamos velhos. Ou morremos antes.”
Clara Ferreira Alves, na crónica Pluma Caprichosa, do Jornal Expresso

06 outubro 2006

Cuidado...



Cuidado com os seus pensamentos: eles se transformam em palavras.
Cuidado com as palavras: elas se transformam em acções.
Cuidado com as suas acções: elas se transformam em hábitos.
Cuidado com os seus actos: eles moldam o seu carácter.
Cuidado com o seu carácter: ele controla o seu Destino.



Paulo Coelho