20 novembro 2006

O PERFUME

Finalmente, após várias tentativas e muitos anos de espera, a adaptação a cinema da obra inigualável de Patrick Suskind: “O Perfume – História de um Assassino”
Vi o filme com algum “receio” de que fosse um fiasco, mas surpreendentemente… não foi, de todo!
Apenas aconselho a que leiam o livro e depois vejam o filme, porque perceberão mais a fundo a história à volta de Jean-Baptiste Grenouille, que nasceu no extremo da imundície da cidade de Paris do séc. XVIII, para trazer ao mundo exactamente o oposto: o nariz mais apurado que alguma vez poderia existir, interiorizando tudo o que o rodeava através do cheiro, e não através da visão.

Não tem pais nem protecção de ninguém e cedo é deixado ao mundo com aquilo que tem de mais precioso: o cheiro. Trabalha quase como escravo e vive miseravelmente até conhecer o mundo e as técnicas da perfumaria.
Percebe para sua maldição que não tem odor próprio e então lança-se na missão quase epopeica de criar o perfume de todos os perfumes, que o faria ser notado e adorado por todos.
Solitário na sua busca, superando tudo como desde o dia em que nasceu, Jean-Baptiste vai retirando das mulheres mais belas que encontra a sua essência, assassinando-as macabra e irracionalmente, dir-se-ia até num estado de “transe”.
E penso que acima de tudo, percebe-se a sua busca. Porque quando
finalmente reúne todas as fragrâncias que precisava para fazer O PERFUME, percebe que tem o amor do mundo inteiro se quiser, mas não tem o amor daquela primeira mulher que lhe despertou um sentido único e que assassinou sem saber que ela perderia exactamente aquilo que mais adorava nela: o seu cheiro.
Então o fim é tão violento como todo a sua vida…
Uma história trágica num ambiente tão subtil e belo como o mundo das essências e dos perfumes.
Paradoxo muito apetecível, e uma obra cinematográfica que retrata, fielmente, a história daquele assassino, que não matou para roubar nem para vingar nada nem ninguém: apenas para conseguir a única coisa que queria ter e não tinha, para deixar de ser invisível aos olhos de todos e até de si próprio: o seu próprio cheiro.

Conclusão: Um livro e um filme A NÃO PERDER.

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